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Inspirações para uma vida saudável.

O que nossa Mente Revela sobre Gratidão

Por Glenn Fox

Nova pesquisa lança luz na filosofia da gratidão, nos trazendo mais perto de sermos capazes de entender os benefícios para a saúde dessa poderosa emoção.

Imagine que você está fugindo dos nazistas e é tomado sob a proteção de um estranho. Esse estranho passa o inverno provendo comida e abrigo para você – até viajando para outras cidades para entregar mensagens para seus familiares – porém não tem nenhuma esperança ou expectativa de algo em troca. Esse estranho te mantém vivo e alimenta sua fé na humanidade, oferecendo prova de que muitos indivíduos ainda agem com compaixão e dignidade.

Quando você pensa nesse estranho, o que ele arriscou, o que você recebeu – como você se sentiria?

Você talvez sinta um misto de emoções positivas, alegria pelo alívio dele se preocupar com sua sobrevivência, e uma sensação de conexão com o estranho que te deu esse presente. Esses sentimentos podem ser descritos como gratidão.

A gratidão é celebrada pela filosofia e religião; recentes estudos científicos sugerem que ela carrega benéficos significantes para sua saúde mental e física. Muito pouco é conhecido sobre o que realmente acontece no seu cérebro e corpo porém.

Por que isso importa? Porque entender melhor a fisiologia da gratidão pode ajudar a identificar estratégias para aproveitar seus benefícios para a saúde e ajudar pessoas a entender a importância de promover esse emoção poderosa. O objetivo da minha pesquisa tem sido mostrar os fundamentos para entender o que acontece no cérebro quando nos sentimos gratos – uma figura de um cérebro grato está agora começando a emergir.

O que o cérebro pode nos dizer sobre a gratidão?

Quando eu embarquei da primeira vez nessa jornada para estudar a gratidão, encontrei dissertações filosóficas e sermões religiosos enfatizando a importância da gratidão, junto com estudos científicos sugerindo que a gratidão poderia melhorar seu sono, elevar suas relações românticas, te proteger de doenças, te motivar à se exercitar e impulsionar sua felicidade, entre outros benefícios.

Naquele tempo, no entanto, muito pouco se era conhecido sobre o que acontecia nos nossos cérebros e corpos quando experimentávamos a gratidão, o que dificultava para entender como a gratidão realmente funciona. Como sou uma neurocientista, eu foquei na neurobiologia da gratidão com uma questão mais especifica na mente: Nossa atividade cerebral pode revelar alguma coisa sobre como a gratidão alcança esses benefícios significativos?

”Eu pensei que entender o que acontece no cérebro quando sentimos gratidão poderia nos explicar mais sobre a conexão mente-corpo – como sentir emoções positivas pode melhorar funções corporais.”

Devido à clara relação entre saúde mental e física, eu pensei que entender o que acontece no cérebro quando sentimos gratidão poderia nos explicar mais sobre a conexão mente-corpo – como sentir emoções positivas pode melhor funções corporais. Também pensei que esses resultados poderiam ajudar cientistas à projetar um programa com objetivo de gerar gratidão, ajudando eles focando nas atividades precisas e experiências mais essenciais para colher os benefícios da gratidão.

Preciso dizer que, na verdade, capturar as pessoas no momento que se sentem gratos tem alguns desafios. Afinal, algumas pessoas podem não sentir gratidão quando esperamos que sintam, e outras podem sentir em situações inesperadas. Eu pensei que minha melhor chance seria tentar induzir a gratidão através de histórias poderosas de ajuda e sacrifício.

Como ter um cérebro grato

Para alcançar isso, pedi ajuda para USC Shoah Foundation Institute for Visual History, que guarda o maior armazém do mundo de testemunhos gravadas de sobreviventes do Holocausto – muitos que, talvez surpreendentemente, estão cheios de atos de altruísmo e generosidade de tirar o fôlego.

Junto de um time maravilhoso de universitários, comecei assistindo centenas de horas de testemunhos para achar histórias em que o sobrevivente tivesse recebido algum tipo de ajuda de outra pessoa.

Nós montamos uma coleção dessas histórias e transformamos em curtos cenários que compartilhávamos com nossos pacientes. Cada cenário era redistribuído na segunda pessoa (ex. ‘’Você está na marcha da morte durante o inverno e um prisioneiro companheiro te da um casaco’’) e apresentado para os participantes do estudo. Nós pedíamos para eles se imaginarem no cenário e sentirem, o máximo possível, como sentiriam se estivessem na situação. Enquanto participantes refletiam, nós medimos sua atividade cerebral.

Para cada cenário, perguntamos aos participantes o quão gratos eles se sentiram, e correlacionamos essa avaliação com sua atividade cerebral no momento. Embora essa apresentação não vá desencadear os exatos sentimentos realmente vividos em tais situações, os participantes esmagadoramente reportaram intensos sentimentos de gratidão, profundo engajamento na tarefa e, talvez ainda mais importante, um aumento de empatia sobre o Holocausto como resultado de participarem do estudo.

Nossos resultados também revelaram que quando participantes reportaram esses sentimentos de gratidão, seus cérebros mostraram atividade em uma série de regiões no córtex pré-frontal, uma área nos lobos frontais do cérebro onde os dois hemisférios se encontram. Essa área do cérebro é associada com o entendimento da perspectiva dos outros, empatia, e sentimentos de alívio. Também é uma área massivamente conectada ao sistema no corpo e cérebro que regula emoções e suporta o processo de alívio de estresse.

Mais razões para ser grato

Esses dados nos contam uma razoável história sobre a gratidão. As regiões associadas com a gratidão são parte da rede neural que acende quando socializamos e experimentos prazer. Esses regiões também são fortemente conectadas às partes do cérebro que controlam básicas regulações emocionais, como freqüência cardíaca e níveis de excitação, e são associados com alívio de estresse e redução de dor. Também são ligadas a rede ‘’mu opioid’’ do cérebro, que é ativada durante toques interpessoais e alívio de dores – e talvez tenham evoluído da necessidade de se preparar para parasitas.

Em outras palavras, nossos dados sugerem que porque a gratidão depende da rede do cérebro associada com vínculo social e alívio de estresse, isso pode explicar em parte como sentimentos de gratidão levam à benefícios na saúde, com o tempo. Se sentir grato e reconhecer ajuda dos outros cria um estado mais relaxado do corpo e permite o subsequente benefício de diminuir estresse. (Recentemente publicamos um trabalho cientifico elaborando essas ideias)

Talvez ainda mais encorajador, o pesquisador Prathik Kini e colegas da Universidade de Indiana realizaram um estudo subsequente examinando como praticar a gratidão pode alterar a função cerebral em indivíduos com depressão. Eles acharam evidências de que a gratidão pode induzir mudanças estruturais nas mesmas partes do cérebro que nós achamos atividade no nosso experimento. Como resultado, em complemente com o nosso, conta uma história de como a prática mental da gratidão pode até ser capaz de mudar e religar o cérebro.

Esse artigo originalmente apareceu no Greater Good, uma revista online da UC Berkely’s Greater Good Science Center. Veja o artigo original.

 

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